Parece que os rumores podem muito bem vir a tornar-se realidade e a IBM poderá muito brevemente adquirir a Sun. Fala-se em valores na ordem dos 7 “billion dollars” o que, em tempos de crise, é um valor bastante simpático para a Sun.
Na minha opinião, esta aquisição serve perfeitamente as duas partes: a Sun que finalmente arranja um comprador à altura e a IBM que acaba com um concorrente directo e ainda ganha alguns trunfos para o seu portfolio. Das mais valias da Sun que a IBM irá beneficiar com esta aquisição saliento o Java, o MySQL, o Solaris/OpenSolaris e até cloud computing & storage. Se formos ver bem as coisas a IBM não tem visões antagónicas à da Sun por isso não se prevêem grandes alterações de mentalidades pelos lados da “Big Blue” e a integração da Sun não deverá ter muitos atritos.
A minha maior interrogação vai para se o Linux e o movimento Open Source beneficiará muito ou pouco com esta aquisição. Suspeito que a IBM irá investir ainda mais no SO Linux e aplicações Open Source e que a médio/longo prazo se virá a comprovar que esta aquisição trouxe alguns benefícios para a imagem do Open Source.
Também prevejo algumas questões interessantes de acompanhar, tais como:
- “manterá a IBM os processadores SPARC e o SO Solaris?”
- “os Un*xs ficarão reduzidos ao AIX e ao HP-UX?”
- “como reagirá a HP, Fujitsu e até a Microsoft?”
Notas:
– Será que o Solaris passa a ser GPL e as coisas boas são merged no Linux?
– Os UNIXs são IRRELEVANTES no mundo real. À excepção de aplicações muito high end que muito pouca gente sabe que existem e ainda menos gente sabe gerir os UNIXs não existem. O que existe é Windows (muito) e Linux (mais do que aparenta).
– Em termos de Open Source a IBM Portugal é um caracol preguiçoso em comparação com a Sun. Duvido que tenham sequer equipas com know-how. Não sei se o merger será bom para estes lados
– a Microsoft vive do desktop coisa que na Sun é fraca e na IBM não existe portanto vai passar-lhe ao lado
LX,
Apesar de não concordar com algumas afirmações, nomeadmente “UNIXs são IRRELEVANTES no mundo real” (a maioria do sistema bancário está assente em plataformas Unix; empresas com mais de 10 anos de IT certamente ainda tem algum tipo de Unix a suportar o seu negócio) percebo que para o utilizador final, o Unix seja muito menos visivel que o Linux e o Windows.
Agora também não posso concordar com a afirmação de que a Microsoft vive somente no Desktop. Actualmente acho que existe (pelo menos em .pt) uma máxima para alguns directores de IT que é: “ninguem fica muito mal visto se optar pelos produtos Microsoft” e por estas e por outras é que no mercado empresarial “tradicional” (non-tech) as vendas de servidores em Windows está massificada.